Sinto o tremor; invade-me como o alívio de uma dor indo
embora, uma vontade sessada; arrepio-me. Sinto cada vez mais - não me pergunte
como -, a energia afundando em cada célula de meu corpo, mergulhando,
penetrando o que era impermeável. Sinto a mesma energia passar por cada ligamento
de minha coluna; um a um. Meus pelos eriçados como um porco espinho, sua boca
delicia-se ao tocar a minha; seu olhar de cautela me quer, eu vejo. É tudo
recíproco, acredite...
Dou risada para disfarçar tamanha vermelhidão ao notar que
sou observada; digo ''pare'', mas gosto e peço que não, não pare.
Teu afago é como
brisa que refresca um rosto abafado por temperaturas elevadas e choros
inacabados. Eu sinto o vento, sorrio, me satisfaço; parece sonho... É um fluido
tão eficaz, denso e concreto; transborda. Sinto-me leve como uma pluma que é
levada onde o acaso quiser, onde a ventania ordenar. Sinto-me guardada, como
uma pétala em um botão. Teu sangue pulsa na mesma velocidade que o meu retorna;
ganho vida novamente. Teu cheiro hipnotiza e dele me aproveito quando durmo. É
um constante torpor.
Estou à mercê da
mãe-natureza e só vou se você for.