sábado, 11 de agosto de 2012

Quei-mar.

Queimo em mar, de mágoas ardentes, que refrescam a dor com seu sal, com sua cor viva que me faz nadar em inveja. O mar, com toda a sua mágoa, é mais vivo que eu; assim, pequena... Nado sem enxergar; o sal que refresca, cega.
Arde...
Arde.
Queima.
Ârrrr...
Meu braço geme, suplica uma pausa; meu metabolismo já não é o mesmo. É preciso calma para alcançar; penso ofegante. Não sei se paro e afundo ou morro a nadar, eis a dúvida de como me matar. Suspiro e dou um risinho sem graça alguma; é confuso decidir como afundar, qual opção me convém? D'um lado o ato de morrer nadando e ter honra; d'outro o desejo de parar e ter um último descanso antes de afundar. Eu me preocupava com a honra antes de morrer - deplorável.
Acordo com o zunir de algum inseto medonho, estou suada e percebo que o meu mar são lembranças, rancores e o sal é lágrima. Eu afundei ao nadar dentro de mim.

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