domingo, 1 de julho de 2012

Meu casulo

Alguns anos atrás - Lembro-me como se fosse ontem - em uma dessas conversas entre adulto e criança (que raramente tem assunto), uma senhora de meia idade questionou-me: Se você fosse um bicho Gabi, o que gostaria de ser? Claro que não lembro da resposta, nem se respondi e me senti desafiada a saber a resposta, melhor; não me importa que bicho eu gostaria de ser, mas qual deles eu sou.
Mais anos se passaram desde aquela pergunta e após muitas idas e vindas, - Que foram muitas - descobri! 

Eu não voo, mas sonho e mudo, transformo-me; me resguardo, cavo um buraco no meu mundo e por lá mesmo permaneço, durante dias, horas, segundos... Eu me alimento, me preparo, me habilito antes de sair mundo afora. Sempre conheço os espinhos antes das flores; enfrento as dificuldades da vida, me fortifico para depois planar.
A verdade é que sou uma lagarta - Ainda - no jardim da vida, que encara os galhos no chão, os insetos mais fortes, conhece os espinhos das flores e me resguardo em meu casulo, para depois transformar-me numa borboleta, de asas delicadas mas resistente; de aparência frágil - E de fato sou - mas sábia, que voa livre por cima das flores e dos galhos e que exala beleza e brilho por onde passa.
Ainda sou lagarta... Hei de virar borboleta.

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